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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
domingo, 7 de julho de 2013
Introdução ao Aquarismo Marinho - Parte 5 - Iluminação
Hoje falaremos do quesito Iluminação!
Como a intenção do aquarismo é possuir um micro-ecossistema, temos que ficar atento em muitas coisas, e a iluminação não é diferente. Temos que simular a natureza, ou seja, precisamos simular dia e noite. Os animais marinhos, mais específico corais e anêmonas, necessitam de uma iluminação adequada para que possam viver. Necessitam de um espectro de luz azulada, cujo comprimento de onda seria algo em torno de 450 nanômetros (nm). Quanto menor o comprimento de onda, mais próximo da coloração violeta, e quanto maior o comprimento de onda, mais próximo do vermelho. Necessitam também, de uma cor branca que possui uma graduação de cor na escala Kelvin, por volta de 10.000-22.000K
Para iluminar o aquário, temos distintos tipos de lâmpadas. Desde lâmpadas de Halogênio (HQI), Lâmpadas tubulares (PL, T5, T8, T10), LEDs e atualmente as “lâmpadas plasma”.
Há muita discussão sobre a melhor iluminação atual. No Brasil, agora que começa a difundir o uso de LEDs, mas ainda tem quem tem receio, ou não teve boas experiências. Há quem prefira as HQI, e quem prefira as T5. Estas são as que melhor agradam aos aquaristas, todas possuem seus prós e contras. Vale cada um analisar a necessidade, quanto à espaço a ser iluminado, espectro de cores, consumo, preço, etc.
Dentre dos parâmetros de iluminação de grande importância, temos o PUR( Photosynthetically Useable Radiation) e o PAR(Photosynthetically Active Radiation), mas é um assunto um pouco complexo e irei tomar em outra postagem.
Tipos de lâmpadas usadas em aquarismo e algumas informações:
Dentre dos parâmetros de iluminação de grande importância, temos o PUR( Photosynthetically Useable Radiation) e o PAR(Photosynthetically Active Radiation), mas é um assunto um pouco complexo e irei tomar em outra postagem.
Tipos de lâmpadas usadas em aquarismo e algumas informações:
Lâmpadas T5:
Seu nome vem de “tubular lamps” “5/8'” ou seja, T de Tubular, e 5 referente ao diâmetro que seria 5/8 de polegada (Aproximadamente 15,9mm). É uma iluminação muito boa, eu usava em meu aquário e gostava do efeito, mas é preciso mesclar tanto as lâmpadas brancas como azuis. Existem também lâmpadas T5 nas cores vermelhas, roxas, azul mais claro, azul mais escuro... Basta montar uma combinação que lhe agrade. São lâmpadas que esquentam pouco e devem ser usadas a +- 10-20cm da linha d'água.
Necessita fazer a troca das lâmpadas a cada 10-12 meses.
Segue uma tabela com as dimensões e potências das T5's:
Lâmpadas PL
Seu nome vem de “Purpose lamps” ou seja, lâmpadas de bom aproveito. Normalmente possuem 2 tubos, e podem ser encontradas em cores: Branca/Branca, Branca/Azul, Branca/Rosa e Branca/Branca.
Possuem um preço relativamente alto, e podem ser uma boa para aquários pequenos, dependendo da necessidade de iluminação.
Necessita trocar as lâmpadas a cada 6-12 meses
Potência (W)
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Comprimento (cm)
|
18
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24
|
24
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32
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36
|
41
|
55
|
53
|
Lâmpadas HQI
Seu nome ver de “Halogen Quartz Iodide” (Halógena de Quartzo + Iodo), são bem potentes, e podem ser encontradas em 2 tipos: Faca ou Rosca. Precisam de reator específico e esquentam muito. São colocadas a uma distância relativamente alta em relação a superfície. Possuem várias escalas de temperatura de cor, variando entre 10.000K e 22.000K ( do mais amarelado ao mais azulado). Há quem prefere mesclar HQI de temperatura de cor por volta dos 14.000K com T5 de cor actínica (azul).
É uma lâmpada muito utilizada, apesar de ter alto consumo, possuem excelentes resultados. Há aquaristas que disseram que não trocam as HQI's por nada, pois tentaram trocar por LEDs que tende a ser a nova moda, mas não obtiveram sucesso.
Necessita ser trocada a cada 6-12 meses.
Potência (W)
|
70
|
150
|
250
|
400
|
1000
|
Iluminação por LED
Seu nome vem de “Light Emitting Diode” ou seja, Diodo Emissor de Luz. Possuem diversas cores, e a possibilidade de regular a potência (dimerizar), conforme a necessidade. Visam ter um menor consumo, e alta durabilidade. É um investimento alto, mas que trará economia a longo prazo.
O importante é utilizar LEDs de qualidade, e que emitam os espectros que os animais necessitam.
As luminárias mais comuns no mercado, utilizam leds nas seguintes potências:
Espectro da Luminária AI Hydra |
Potência (W)
|
1
|
3
|
5
|
10
|
20
|
30
|
Abaixo, anexei um gráfico comparando o espectro de diferentes fontes de iluminação, e quais são aproveitadas pelos distintos tipos de clorofilas ( células especializadas em absorção de luz para que ocorra a fotossíntese.
Todas as imagens foram retiradas da Internet.
Levei como base para escrever este artigo, alguns dados dos fóruns: Brasilreef.com , ReefCentral.com e sites das fabricantes de lâmpadas.
"Aquarismo de verdade, é aquarismo consciente."
Humberto Rodrigues Junior
Contato: humbertor.jr@hotmail.com
Tlfn. +34 603 233 449
Centro de Pesquisas Marinhas - Vigo - Espanha
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Introdução ao Aquarismo Marinho - Parte 4 - Circulação
No assunto de hoje,
irei falar sobre a Movimentação da água.
Os animais (tanto
peixes, corais e demais invertebrados), necessitam de uma
movimentação da água relativamente forte, porém por motivos
distintos. Nos peixes, a movimentação de água é responsável por
retirar um pouco do muco, que tem uma função protetora, forçando o
peixe a produzir novo muco, e assim estando sempre “protegido”, e
também forçar a passada de água pela boca chegando até as
brânquias ajudando na troca gasosa. Nos corais e demais
invertebrados a principal função da movimentação de água é
levar material em suspensão que serão captados pelos pólipos
destes.
Além é claro das
funções acima citado da movimentação de água, ela tem a função
de impedir a formação de uma camada proteica que se forma nesta
superfície, que atrapalha na troca gasosa, (trocando o CO2
por O2). Também exerce uma função meio que
“ornamental” que seria de simular o movimento das ondas.
No aquarismo,
utilizamos bombas de água para que gerem estes movimentos, e para
isso temos que dimensionar para não ter uma circulação forte ou
fraca. Em geral, para tal dimensionamento, leva-se em conta o volume
bruto do aquário, sendo usado de 10 a 30 vezes o volume do aquário
por hora dependendo dos tipos de animais que o aquário terá. Apenas
avisando, isto não é uma regra, mas se observaram bons resultados
utilizando algo dentro deste valor. Ou seja, um aquário de 100
litros, necessitaria de uma movimentação aproximada entre 1000-3000
litros por hora (l/h). Isso não é uma regra, mas abaixo de 10x já
poderá ser propício ao surgimento de algas. Já vi aquários que
utilizavam mais de 50x o volume do aquário por hora, mas claro que
era um aquário específico de SPS ( Uma classificação usual de
corais, explicarei em outras postagens). Em minhas montagens atuais,
utilizo 1 SunSun 3000l/h + um filtro Hang-On de 450l/h num aquário
de 105 litros, e 1 Vortech Mp10w (760-6000 l/h sendo regulada em 60%
, o que seria +- 3600 l/h ) + um recalque de 700l/h num aquário de
120 litros. Ou seja, tenho uma circulação de 34,5x no primeiro
aquário, e 35,8x no segundo aquário.
As bombas possuem
diversos tipos. Podem ser modelos próprios para circulação, possui
uma ampla variedade no comercio, agradando a todos os bolsos. Dentre
as mais comuns, temos as Vortech, Koralias, SunSun, Tunze, Boyu,
etc.... Podem ser também bombas de recalque, onde as mais comuns
são: SarloBetter, Eheim, Tunze, Rio, Magdrivre, Atman, Sicce, etc... Tem
pessoas que preferem ter um recalque mais forte, e não ter nenhuma
bomba de circulação dentro do aquário. É uma questão de gosto...
Tem que ver o que melhor lhe agrada tanto visualmente quanto
economicamente.
Vortech |
Sun Sun |
Sarlo Better ( Modelo SB2000) |
domingo, 30 de junho de 2013
Introdução ao Aquarismo Marinho - Parte 3 - Filtragens
Bom, já sabemos sobre
os parâmetros da água de maior importância, e substratos. Vamos
começar agora a falar sobre a filtragem.
Normalmente no
Aquarismo Marinho, temos um 2º aquário chamado SUMP, que é onde
ficam alojados os equipamentos/acessórios de filtragem para que tenha a menor “poluição
visual” possível dentro do aquário em si (Display). Ele pode ser
tanto lateral/traseiro quanto abaixo do aquário, dependendo até em
outro cômodo que chamamos de “Casa de Máquinas”. Ele é
constituído basicamente de 3 áreas que seriam: Recepção da água
do aquário principal, espaço para filtros/equipamentos e espaço
para a bomba de recalque e reposição de água evaporada (que leva a
água de volta ao Display).
Segue um desenho
simples de como seria o Sump Traseiro:
Foto retirada do fórum BrasilReef.com * |
Neste tipo de Sump, não necessita de bombas tão fortes. E é comum, colocar uma bomba de retorno que seja o suficiente para fazer a circulação necessária.
Segue um exemplo simples de como seria o Sump abaixo do aquário.
Um cuidado necessário, é de calcular o volume de água que pode descer para o aquário em caso de queda de energia, ou então, se o volume que chega até a bomba do aquário caberá no aquário em caso a descida fique entupida, para que não aconteça "inundações".
Bom, a filtragem não é apenas a filtragem mecânica (que remover as macro-partículas, aquelas que conseguimos ver), é preciso de filtragens químicas e biológicas também.
Bom, a filtragem não é apenas a filtragem mecânica (que remover as macro-partículas, aquelas que conseguimos ver), é preciso de filtragens químicas e biológicas também.
- Filtragem Mecânica:
- Skimmer:
No Aquarismo Marinho,
utilizamos um filtro chamado de “Protein Skimmer” bem conhecido
como “Skimmer” ou “Escumador”. É um equipamento
relativamente simples, sua filtragem é basicamente a base de
“flotação”, ou seja, as impurezas ficam impregnadas nas bolhas
de ar(que são injetadas pela bomba do skimmer), e esta, acaba
levando a sujeira (normalmente proteína) para cima, onde depois de
acumular, acaba caindo em um copo coletor. O skimmer retira
basicamente: proteínas/aminoácidos, lipídeos, bactérias,
carboidratos, matéria em suspensão, dentre tantas outras coisas.
Além é claro, de ajudar na oxigenação do aquário. Dizem que ele
é capaz de retirar apenas 30% da sujeira, e o restante sendo
eliminado apenas em Trocas Parciais de Água (TPA). Existe no
Mercado, diversas modelos e preços. Um pequeno detalhe, é que boa
parte das indicações das empresas são digamos que falsas. Então,
criou-se o hábito de usar um skimmer que seja suficiente para manter
o dobro do volume do seu aquário. Dentre as principais marcas hoje
em dia, temos: Deltec, Tunze, Skimz, Bubble Magus, Morato, Royal
Exclusiv (Bubble King), etc...
Esquema básico do
Skimmer:
Foto própria |
- Perlon ( Lã Acrílica) e Shark bag( Bolsas de malha fina (50-100-200 micras)
São utilizados para
remover a sujeira mais “grossa”, nas quais principalmente se
adequam: fezes de peixes, algas, resto de alimentos, etc... Ela é
quem tira boa parte da sujeira, e evita microbolhas pelo pelo
sump/display. Normalmente fica logo na “entrada” de água do
Sump.
2. Filtragem Biológica:
São ferramentas que
servem como área para colonização das bactérias responsáveis
pelo Ciclo do Nitrogênio (Conversão de Amônia em Nitrito, e depois
este Nitrito em Nitrato)
O que é faz a maior
parte da filtragem, está abrigado nas rochas e substratos, porém,
quando não se tem muito deles no aquário, o que se costuma fazer, é
colocar no Sump, anéis de cerâmicas para que as bactérias tenham
onde se fixar. Necessita de grande cuidado para não acumular
detrito entre os anéis, e acabar sendo maléfico.
Outro tipo de
filtragem biológica, tem a função de remover Nitrato e Fosfato da
água. São chamados de Algae Trf Srubber (ATS) onde o nome já diz,
é uma área onde terá tudo que é necessário para a proliferação
de Algas, e estas tem como função Abaixar os níveis de Nitrato e
Fosfato, além é claro de diminuir o nível de algumas algas
indesejáveis no display.
3.Filtragem Química:
É a filtragem que tem
por objetivo remover elementos indesejáveis, entre eles: Cobre,
Nitrato, e Fosfato e Metais Pesados. São midias específicas, que
precisam de ser alojadas em um reator, para que a água que passe ali
seja “purificada”.
Dentre a filtragem
química, temos o Carvão Ativado (ou Carvão Ativo), que tem por
função absorver metais pesados, e clarificar a água.
Existe também filtagem
por raios Ultra Violeta – É uma filtragem que tem como principal
função esterilizar a água, matando esporos de algas e bactérias.
"Aquarismo de verdade, é aquarismo consciente."
Humberto Rodrigues Junior
Contato: humbertor.jr@hotmail.com
Tlfn. +34 603 233 449
Centro de Pesquisas Marinhas - Vigo - Espanha
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Introdução ao Aquarismo Marinho - Parte 2 - Substrato
Na
última postagem, falei sobre os parâmetros da água. Um outro
cuidado que necessitamos ter, é sobre o tamponamento desta água, ou
seja, a capacidade dela manter estável o pH. Um fator que auxilia
neste tamponamento, é o substrato. Normalmente se usa substratos a
base de Carbonato de Cálcio ( CaCO3), pois ele tem a
capacidade de ir liberando Cálcio ao sistema ( que é muito
utilizado pelos corais, e este elemento junto com o Magnésio, compõe
a alcalinidade (KH). Quanto mais alto este parâmetro (relembrando
que o ideal é de 7-10dKH), menor será a variação do pH. (falarei sobre a química envolvente dentro do aquário em outra postagem).
No
mercado, se encontra substratos próprios para aquários marinhos
diversas granulometrias, sendo as mais comuns #1 #2 #3 e #4 alguns
chegam até a #8 ( que eu saiba). Estas variedades estão diretamente
relacionadas com o tamanho dos grânulos do substrato, quanto menor
este número, menor os grãos. Como o aquário marinho exige uma
circulação de água relativamente forte ( comentarei na próxima
postagem), os substratos de granulometrias #0 tem costume de ficar
“levantando”, deixando a água com aspecto de suja, com grânulos
em suspensão. Uso em meus aquários, substratos de granulometrias
misturadas entre #1 e # 3 em um aquário, e apenas #2 em outro .
Dentre os substratos mais comuns, temos a Aragonita, Halimeda (venda proibida), Samoa Pink, Crushed Coral, entre tantos outros. A escolha é uma coisa muito pessoal, vai do gosto. Utilizo Samoa Pink#2 num aquário, e Halimeda #3 + Crushed Coral #1 no outro.
Black Sand ( Vulcânico)* |
Samoa Pink* |
*: Fotos retiradas da Internet!
*: Fotos retiradas da Internet!
Dependendo
a quantidade de substrato, recebe um nome. Entre eles existem:
- DSB: em inglês: “Deep Sand Bed”, ou seja um aquário com uma camada alta de substrato (8-12cm)
- BB: em inglês: “Bare Botton”, que seria uma montagem na qual não usaria substrato;
- FSB: em inglês: “Fake Sand Bed”, que seria uma montagem que usaria outros materiais no local do substrato (entre os materiais, seria uma mistura de cimento, ou uma placa de algum poliestireno);
- SSB: em inglês: “Shallow Sand Bed”, que seria uma montagem na qual teria apenas uma camada de substrato fina, sem finalidade tamponadora, apenas estética. Esta camada em média tem 1-3cm.
Falarei
mais detalhado destas variações perante a quantidade de substrato
em próximas postagens.
Bom,
por hoje é isso. Espero que tenham gostado.
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terça-feira, 25 de junho de 2013
Introdução ao Aquarismo Marinho - Parte 1 - Água e suas características
Muitos pensam que manter peixes e corais marinhos em casa é impossível, mas não é não! Hoje em dia já temos equipamentos específicos para que possamos manter de uma forma correta, um aquário marinho, tanto com peixes e corais, ou apenas peixes.
Você deve estar perguntando o que seria necessário para poder montar um aquário marinho em sua casa, então irei falar um pouco sobre isso, desde conhecimentos sobre a qualidade da água, até aos equipamentos que são utilizados, e quais são essenciais.
Antes de tudo, venho falar qual que seria a real intenção do aquarismo marinho. Claro que para muitos é apenas estética, mas não podemos esquecer, que temos animais ali dentro, e estes não podem ser desprezados e descuidados. É você quem escolhe tê-los, então seria digamos que,uma obrigação, oferecer à eles uma "ótima casa". Lembre-se aquarismo de verdade, é aquarismo consciente. Um aquário, independente de seu tamanho, é a tentativa de recriar um micro-ecossistema, temos que oferecer aos animais um ambiente que seja propício para que possam viver, e não apenas sobreviver. Outra dica importante é adquirir apenas animais que possuem nota fiscal. Não compre animais coletados sem saber a procedência, eles podem trazer muitas doenças, além de que podem ser capturados em quantidades fora dos limites permitidos, gerando um grande impacto na natureza.
Vamos ao que interessa agora. para que possam saber um pouco mais, indico muita leitura em sites, livros (apesar de ter poucos brasileiros atualizados), artigos científicos e fontes confiáveis, ou, se tiver algum amigo aquarista, peça algumas dicas à ele. Leitura é o essencial para que se adquira um bom conhecimento. Seja lendo relatos de outros aquaristas ( onde se pode aprender com os acertos e os erros dos outros), ou então em artigos científicos que comprovam algumas coisas...
A qualidade de água do aquário marinho é muito importante. Os animais depende dos elementos que ali se encontram. Na água do mar, é possível encontrar praticamente todos os elementos conhecidos atualmente, sendo alguns em maior proporção que outros. O que precisamos sempre estar acompanhando, é as seguintes características da água: Temperatura, densidade, pH, Amônia(NH3 ou NH4+), Nitrito(NO2), Nitrato(NO3), Cálcio(Ca+), Magnésio(Mg), Reserva Alcalina (KH), Fosfato (PO4). Os valores ideais para que possa obter resultados satisfatórios são:
Temperatura:26,5 (+-0,5ºC)
Densidade: 1.021-1.025 (está relacionada também com a Salinidade (33-37ppt)
pH: 8,2 (+-0,2)
Amônia: <0.1 ppm
Nitrito: <0.2 ppm
Nitrato: <0,2 ppm
Cálcio: 380-450 ppm
Magnésio: 1250-1350 ppm
Reserva Alcalina: 7-11dKH ou 2.5-4meq/l (tem que ver qual a escala do teste)
Fosfato: <0,03ppm
Estes são os parâmetros básicos para se manter um aquário marinho.
Bom, agora você ja sabe como tem que ser a qualidade da água pro aquário marinho, mas deve estar se perguntando como prepará-la. É muito simples, necessitamos de uma água doce pura (livre de minerais), e para isso temos dois tipos de filtros que deixam a água praticamente pura. Podemos usar um Deionizador, ou um Osmose Reversa. Estes filtros são capazes de eliminar os minerais presentes na água, deixando-a propícia para o uso. Para confirmar o grau de pureza, podemos usar um aparelho popularmente conhecido como TDS (vem do inglês: Total Dissolved Solids, ou seja, total de sólidos dissolvidos na água) este deve ser bem calibrado, e depois medimos a água que filtramos, e tem que acusar "0" (zero). Quando a água filtrada começa a apresentar sólidos dissolvidos, temos que trocar as mídias filtrantes.
Feito a filtragem da água, podemos começar a dissolver o sal. Atenção!!! Não pode ser usado o sal de cozinha. As concentrações de elementos nele presente são inadequadas ao uso em aquários. No mercado existe diversas marcas de sais próprios, sendo estes feitos em laboratórios, ou extraídos do mar. A concentração aproximada de sal na água é de 33 gramas por litro. ou seja, com 1 quilo de sal, podemos fazer aproximadamente 30 litros de água marinha. Para saber se a densidade está correta, podemos utilizar um equipamento chamado Densímetro, ou então um Refratômetro, sendo este segundo mais recomendado, por ter uma maior precisão. Nele após estar calibrado, deve acusar um valor entre 1.021 e 1,025.Se o resultado for maior que isso, vá acrescentando água doce até ajustar ao valor desejado, se o valor for menor, vá adicionando sal para elevá-lo até o valor desejado.
Bom, agora já sabemos sobre a água, mas o aquário não é apenas isso. Vamos falar um pouco sobre os tamanhos. Normalmente os aquários são classificados em 3 tamanhos, sendo pico-reef, nano-reef e reef. Sendo estes diferenciados pelo volume. Os pico-reef possuem até 20 litros, Nano-reef são aquários entre 20 e 150 litros, e os reef's são os aquários com mais de 150 litros. Esta classificação não tem tanta importância. O que realmente importa, é saber oferecer os cuidados necessários, tanto na manutenção, quanto na escolha dos animais.
Na próxima postagem, irei falar sobre substrato, aquecimento e filtragem (química, física e mecânica).
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
Família Gobiidae
Segue aqui um artigo de uma revista espanhola sobre a Família Gobiidae. (eu traduzi para o português). O texto é longo mas tem algumas informações legais. Antes de que queria compartilhar esta reportagem, já aviso que exigem direitos autorais. Eu conversei com o diretor da revista e ele aceitou que eu publicasse.
Gênero Eviota
Possuem 66 espécies descritas, todas de tamanhos pequenos. Trata-se de animais muito relacionados aos recifes coralinos. A identificação da espécie não é muito fácil, devendo procurar em algumas ocasiões critérios diferente dos comuns (numero e tipo de escamas, espinhas duras ou moles), como por exemplo padrões de cor, posição de papilas sensoriais do crânio ( Baensch & Debelius, 1998). Ainda assim, seguem fazendo muitas confusões taxonômicas na atualidade(Greenfield & Suzuki, 2012). E ainda assim, muitos confundem estas espécies com Cardinal ( Apogonidae), mas, com certa experiência é fácil sua diferenciação pela posição de olhos e o modo de nadar.
São peixes territoriais e tímidas, sendo recomendado mantê-los solitários ou em casal. Se mantidos com outros peixes, estes necessitam ser muito pacíficos. Não apresentam diferenças sexuais externas evidentes, sendo muito difícil diferenciar o sexo, as vezes unicamente pela papila genital. Não foi ainda registrado casos de reprodução em aquários. Iluminação intensa faz com que estes fiquem escondidos, necessitando regular de modo que não atrapalhe o desenvolvimento dos corais. Na natureza, capturam presas pequenas ( Micro-crustáceos, rotíferos,etc.), as em cativeiro acostumam a comer alimentos congelados e até rações. Artêmia viva é uma alimento ideal para o período de aclimatação e complementar a alimentação.
As 3 espécies mais conhecidas no comercio (Espanhol) procedem do Pacífico Ocidental, sendo elas: Eviota fasciola (Karnella & Lancher, 1981), o gobio pigmeu de faixas, que mede no máximo 2,5cm; Eviota nigriventris (Giltay, 1933), o gobio pigmeu de ventre escuro, de 3 cm de tamanho máximo; e por ultimo, Eviota pellucida ( Larson, 1976) com tamanho máximo de 2,1cm. Ainda necessita dizer, que estudos recentes (Greenfield & Suzuki, 2012), esta ultima é frequentemente confundida com Eviota prasites ( Jordan & Seale, 1906) e Eviota spilota (Lachner & Karnella, 1980).
Eviota nigriventris ( Foto da internet)
Eviota parasites
Eviota slipota
Gênero Trimma
Este gênero tem descrito 69 espécies na atualidade, e até o ano de 2004 não era comercializado como peixe ornamental (Wandell 2008). Desde então, o numero de espécies presente no mercado segue aumentando , ainda que com frequência são confundidos com Prioleps, outro gênero de Gobios (Baensch & Debelius, 1998). São peixes associados aos recifes de corais e requerem uma decoração que proporcione refúgios adequados, para "honrar" seus nomes populares ( Gobios pigmeus das cavernas), mesmo que algumas espécies encontram-se em águas abertas, mas próxima do refúgio ou substrato.Apesar de serem territorialistas, é possível manter estas espécies em grupos de vários casais em aquários, se o volume de água permitir.
No que se refere a iluminação e alimentos, é válido lembrar que possuem costumes como as espécies do gênero Eviota. Não se sabe de informações sobre reprodução em cativeiro, e nem de diferenças sexuais externas. Os ovos são postos sob o teto de pequenas covas e cuidados com os pais. Apenas na espécie Trimma okinawae (Aoyagi, 1949) foi observado a troca de sexo em ambos sentidos, sendo esta troca não muito comum com os peixes. Sendo possível observar a reprodução quando um grupo de peixes convivem juntos.
Do Indo-Pacífico, se importam com frequência várias espécies, como por exemplo Trimma macrophthalma (Tomiyama, 1936), o gobio flamejante das cavernas , que alcança os 2,5 cm de comprimento. Três espécies desta região que se comercializam, constantemente são confundidas entre si (Myers, 1991), sendo estas: Trimma okinawae (Aoyagi, 1949), o gobi das cavernas de Okinawa; Trimma caesiura (Jordan & Seale, 1906), o gobio das cavernas de Caesiura; Trimma naudei (Smith, 1957), o Gobio das cavernas de Naude. Esta ultima sem dúvida a mais comercializada das três. Na natureza não ficam longe de seus refúgios, e em cativeiro necessitam de substrato arenoso para que se possa se encontrar um esconderijo adequado. Do Indico Ocidental, se importa a espécie Trimma haima (Winterbotton,1984), o gobio das cavernas de Chagos. É um peixe realmente pequeno, com tamanho máximo de 1,7cm, e uma das poucas em que pode notar uma diferença sexual, na coloração (Puigcerver y cols, 1996) notaram uma cor mais intensa nos machos. Outras espécies comercializadas possuem distribuição restringida ao Oceano Pacífico. É o caso do Trimma cana (Winterbotton, 2004), o gobio cavernícola de açúcar, com um tamanho máximo de 2,5cm e indicado para tanques de 25 litros e tolerante com outros gobios inclusive de seu gênero, tem também o Trimma rubromaculatum (Alen & Munday,1995) , o gobio das cavernas de manchas vermelhas, que pode chegar a 3,5cm e costuma permanecer na vertical ou inclinado na coluna de água, ou alguns centímetros acima do substrato.
O gobio das cavernas de Tavega ou de listras azuis ( Trimma tevegae , Cohen & Davis, 1969) também é originário do Pacífico ocidental e apresenta uma cor menos chamativa. Na natureza é visto com frequência em pequenos grupos refugiados em cavernas e covas ( Kuiter et al, 2001) e também em águas livres relativamente longe de suas tocas, em posição inclinada com a cabeça para cima (Baensch & Debelius, 1998).
Trimma okinawae
Trimma caesiura
Trimma tevegae
Gênero Gobiodon
Das 20 espécies consideradas válidas atualmente no gênero Gobiodon, denominados gobios palhaços de coral, algumas possuem tamanhos abaixo de 5cm. Sua distribuição é pelo Indo-Pacífico e seu habitat natural é os arrecifes coralinos, inclusive estabelecem uma relação muito estreita de comensalismo com os corais, especialmente com as Acróporas sp. Vivem entre as ramificações e ficam nas zonas mais externas esperando por presas ( copépodos , foraminíferos, etc...) Em cativeiro não é necessário que vivam com Acrópora sp., qualquer outro coral, com base calcária ou não, pode servir de abrigo. Não possuem escamas e sua pele apresenta um muco grosso e tóxico. Aparentemente todas as espécies deste gênero podem mudar de sexo em ambos os sentidos, como comentado no gênero anterior. Estes gobios desovam com certa frequência em cativeiro, porém é extremamente difícil levar a desova adiante. Os sexos não se diferenciam externamente, mas, para obter um casal basta adquirir 2 exemplares, em princípio, um deles mudará de sexo. A fêmea libera os ovos em bandas circulares chegando a colocar até 1000 ovos ao redor do coral, e depois da fertilização, o macho protege imediatamente a desova. São peixes territoriais e tímidos, chegando a se entocar quando em ambientes com peixes muito ativos. A adaptação para que se alimente em cativeiro é crítica para que possa viver em aquário. Se passarem da fase de adaptação, são peixes muito resistentes, porém precisam iniciar com comida viva ( artemia) varias vezes ao dia, em grande quantidade, e depois passar a alimentá-los com congelados (mysis, zooplancton, etc...) e com o tempo, chegarão a comer alimentos frescos e rações para peixes marinhos carnívoros ( em tamanho adequado). Importante que ao comprar estas espécies, não comprem as que tiverem o "ventre fundido", o que implicará em uma desnutrição. A importância de um profissional é nesta fase.
Entre as espécies comercializadas mais pequenas, estão Gobiodon okinawae (Sawada, Arai & Abe, 1972), o gobio palhaço amarelo do Pacífico Ocidental e Gobiodon histrio (Valenciennes, 1837), o gobio de faixas gandes, procedente do Indo-Pacífico. Nenhuma destas supera os 3,5cm de comprimento. Em cativeiro é comum o G. histrio escolher corais da espécie Catalaphyllia jardinei ao invés da Acrópora sp. , porém isto não ocorre na natureza (Schultz, 2002). Na ultima década,foi comercializado diferentes variedades de cores da espécie G. histrio, incluindo a denominada "eritrospilus", é evidente que em algumas ocasiões pode ser tratado de espécies distintas. Outras espécies um pouco maior, mas sem superar os 5cm, são importados do Pacífico, como: Gobiodon rivulatus (Rüppel, 1830)m outro gobio palhaço amarelo, Gobiodon quinquestrigatus (Valenciennes, 1837), o gobio de cinco faixas, e Gobiodon acicularis (Harold & Whinterbottom,1995), o Gobio palhaço Negro, que a diferença das demais espécies do gênero é que prefere corais das famílias Pocilloporidae, principalmente Stylophora pistillata.
Gobiodon okinawae Gobiodon histrio Gobiodon quinquestrigatus Gobiodon acicularis
Gênero Elacantinus
Gobiossoma Elacantinus foi considerado um gênero independente ou subgênero de Gobiossoma nos ultimos anos segundo o especialista consultado, e certas espécies foram trocadas de um gênero a outro. Atualmente só ficaram no gênero Gobiossoma 16 espécies sem interesse ornamental,os que são do gênero Elacantinus são os que tem relevância no aquarismo, porém será encontrado um nome ou outro dependendo de onde pesquisar. Em qualquer caso, se comercializam com frequência várias espécies conhecidas como gobios limpadores ou gobios neon. Se aclimatam bem ao aquário e várias vezes reproduzem em cativeiro. Algumas são "desparasitadores" obrigatórios na natureza, que se alimentam de ectoparasitas que retiram da pele de outros peixes, mas em aquários todos aceitam alimentos de outros tipos, e se alimentam de pequenos invertebrados pelas rochas e substrato. Como inconveniente, estas espécies vivem pouco 1 ou 2 anos em média. Apesar de ser peixes territoriais, é possível manter várias espécies ou mais de um exemplar da mesma espécie no mesmo aquário caso este tenha volume suficiente ( Schultz, 2002), porém inviável em nanoaquários. A espécie mais comercializada é a Elacatinus oceanops ( Jordan, 1904), o gobio neon, de tamanho máximo de 5 cm, porém pode adquirir outras como o gobio limpador de nariz de tubarão ( E. evelynae), o de Genei ( E. genei), o de nariz amarelo ( E. randalli), gobio limpador de corais ( E. illecebrosus), o de faixas largas ( E. prochilos), e o de pontos luminósos ( E. louisae), todas procedentes do Atlântico Ocidental foram descritas por ( Böhlke & Robins, 1968), com tamanhos de 3,8 a 4,6 cm, e de padrão corporal idêntico, e a maioria com coloração muito similar, baseada no ventre cor de creme e o dorso negro, com uma franja geralmente azul ou amarela. Para sua diferenciação é útil observar o formato da cabeça. Três espécies com padrão de cor aos já comentados são: Elacatinus punticulatus ( Ginsburg, 1938), o gobio de cabeça vermelha, Elacatinus multifasciatus ( Steindachner, 1876) o gobio de faixas verdes, e o Elacatinus macrodon ( Beebe & Tee-Van, 1928) procede do pacífico e as outras do Atlântico. Estas três possuem tamanho próximos a 5 cm. Ao menos seis destas espécies ( E. oceanops, E. evelynae, E. multifasciatus, E. puncticulatus, E. figaro, e E. macrodon) são comercializados com espécies reproduzidos em cativeiros de modo industrial, pode visualizar em um dos mais especializados em reprodução de animais marinhos, ORA. Inclusive chegou a começar a produzir um hibrido de E. oceanops x E. randalli). As desovas são comuns, até em aquários. O único obstáculo para completar a criação é a alimentação dos alevinos. Em algumas espécies é necessário uma combinação de rotíferos e artêmias recém eclodidas e alimentos líquidos. A fêmea pode colocar entre 200 e 800 ovos, que, dependendo da temperatura da água, da qualidade e espécies, demoram até 5 dias para nascer. O acasalamento consiste em paradas e movimentos exagerados por parte do macho, que fica notável seu escurecimento, para atrair a fêmea. Ela deposita as ovas que ficam sob cuidados do macho, dentro de uma toca. Normalmente se usam tubos de PVC inclinados. A unica diferença sexual notável nestes gobios é a papila genital, mas devido ao seu tamanho, é uma tarefa difícil. É recomendado para formar um casal, é comprar um grupo e esperar a formação destes.
Elacatinus macrodon Elacatinus oceanops Elacatinus puncticulatus
Gênero Stonogobiops
Ao menos uma espécie deste gênero cumpre as condições que foi colocada no inicio deste artigo. Mesmo com seu tamanho no limite ( 4,69 cm). Trata-se do Stonogobiops yasha ( Yoshino & Shimada, 2001) , o gobio camarão de faixas brancas. É possível mantê-lo em aquários de até 25 litros, se desenvolvem na região próxima ao substrato, que deve ser arenoso ou com restos de corais, com granulometria que permita eles escavarem. É possível estabelecer em aquário a relação simbiótica com o camarão pistoleiro ( Alpheus randalli). O peixe permanece alerta e avisa os perigos para o camarão que cava um esconderijo para ambos. Este gobio delimita seu território, mas pode ser tolerante com outros exemplares da mesma espécie, e sem dúvidas, o camarão poder ser motivo de grandes disputas. Também é possível formar um casal partindo de um grupo. Segundo Puigcerver y cols ( 1996), a fêmea é maior que o macho. É um peixe muito tranquilo e tímido, que requer companheiros de comportamento similar e que se adapte ao aquário. Aceita alimentos secos, congelados e vivos, que passe próximo à sua toca. É recomendado alimentá-los duas vezes ao dia, e ter tampa no aquário pois podem facilmente pular.
Stonogobiops yasha
Espero que tenham gostado.
Todas as fotos foram retiradas da internet.
Todos os direitos reservados à: Revista: Rio Negro - Aquarium, fish & Nature
Caso alguém queria mais informações ou comprar a revista, segue o site:
http://www.rionegromagazine.com
Nanogobios, gobios para nanoaquários:
O reduzido tamanho de algumas espécies de "gobios" no mercado ornamental, faz com que estas espécies sejam ideais para aquários de pequeno volume, denominados nanoreef. Em geral, se considera nanoreef, instalações de volumes muito pequeno. Em geral varia de acordo com os animais que contém. No caso de aquarismo marinho, chama-se nanoreef aquários com volumes entre 40 e 140 litros de água. Volumes abaixo de 40 litros são denominados picoreef.
Nos ultimos anos, teve uma alta na quantidade de nanoaquários, e pelo jeito não foi apenas uma modinha, vieram para ficar. Com este fato, veio a idéia de escrever este artigo. A hora de povoar com peixes estas "pequenas caixas", sem dúvidas as opções são as espécies de pequeno porte. Uma delas, se não, a melhor opção, são os gobios (Família Gobiidae), que nos permite escolher diferentes espécies, com tamanhos de no máximo alguns centímetros. Para este artigo, foi estabelecido um limite máximo de 5 centímetros. Sendo todas compatíveis com invertebrados, sendo assim, adequadas para nanoreef.
As dimensões dos animais, depende de cada autor, para tal caso, acabou sendo usado as informações da fishbase.org dado o prestígio que tem
atualmente no setor de ictiologia. Dada a grande diversidade da familia Gobiidae, seria possível oferecer um elevado número de espécies que possuem devidas características anteriormente mencionadas. Será limitado apenas às espécies mais encontradas no mercado e mais conhecidas entre os aquaristas.
Começaremos falando dos gêneros, Eviota e Trimma, que praticamente só contém espécies que se ajustam ao comentado. Depois falaremos
de outros 3 gêneros, sendo: Stonogobiops, Gobiodon e Elacatinus, onde apenas algumas de suas espécies estão de acordo com o que foi dito
antes.
Antes de tudo, alguns comentários sobre seus pequenos tamanhos, que implicam em certas considerações. Necessita de uma atenção especial para evitar casos de depredação por parte dos outros integrantes do aquário, e incluso aspiração por bombas e filtros. Podem ser presas para muitas espécies de peixes e também de invertebrados como caranguejos, camarões e anêmonas. Seus companheiros de aquário precisam ser bem
pacíficos e tranquilos. Alguns são tão pequenos que a única maneira de poder observá-los em cativeiros, é em nanoaquários, pois em tanques maiores, passam despercebidos. Pelo diminuto tamanho, acontece de chegarem em importações venham identificados erroneamente ou misturados com outras espécies.
Gênero Eviota
Possuem 66 espécies descritas, todas de tamanhos pequenos. Trata-se de animais muito relacionados aos recifes coralinos. A identificação da espécie não é muito fácil, devendo procurar em algumas ocasiões critérios diferente dos comuns (numero e tipo de escamas, espinhas duras ou moles), como por exemplo padrões de cor, posição de papilas sensoriais do crânio ( Baensch & Debelius, 1998). Ainda assim, seguem fazendo muitas confusões taxonômicas na atualidade(Greenfield & Suzuki, 2012). E ainda assim, muitos confundem estas espécies com Cardinal ( Apogonidae), mas, com certa experiência é fácil sua diferenciação pela posição de olhos e o modo de nadar.
São peixes territoriais e tímidas, sendo recomendado mantê-los solitários ou em casal. Se mantidos com outros peixes, estes necessitam ser muito pacíficos. Não apresentam diferenças sexuais externas evidentes, sendo muito difícil diferenciar o sexo, as vezes unicamente pela papila genital. Não foi ainda registrado casos de reprodução em aquários. Iluminação intensa faz com que estes fiquem escondidos, necessitando regular de modo que não atrapalhe o desenvolvimento dos corais. Na natureza, capturam presas pequenas ( Micro-crustáceos, rotíferos,etc.), as em cativeiro acostumam a comer alimentos congelados e até rações. Artêmia viva é uma alimento ideal para o período de aclimatação e complementar a alimentação.
As 3 espécies mais conhecidas no comercio (Espanhol) procedem do Pacífico Ocidental, sendo elas: Eviota fasciola (Karnella & Lancher, 1981), o gobio pigmeu de faixas, que mede no máximo 2,5cm; Eviota nigriventris (Giltay, 1933), o gobio pigmeu de ventre escuro, de 3 cm de tamanho máximo; e por ultimo, Eviota pellucida ( Larson, 1976) com tamanho máximo de 2,1cm. Ainda necessita dizer, que estudos recentes (Greenfield & Suzuki, 2012), esta ultima é frequentemente confundida com Eviota prasites ( Jordan & Seale, 1906) e Eviota spilota (Lachner & Karnella, 1980).
Eviota nigriventris ( Foto da internet)
Eviota parasites
Eviota slipota
Gênero Trimma
Este gênero tem descrito 69 espécies na atualidade, e até o ano de 2004 não era comercializado como peixe ornamental (Wandell 2008). Desde então, o numero de espécies presente no mercado segue aumentando , ainda que com frequência são confundidos com Prioleps, outro gênero de Gobios (Baensch & Debelius, 1998). São peixes associados aos recifes de corais e requerem uma decoração que proporcione refúgios adequados, para "honrar" seus nomes populares ( Gobios pigmeus das cavernas), mesmo que algumas espécies encontram-se em águas abertas, mas próxima do refúgio ou substrato.Apesar de serem territorialistas, é possível manter estas espécies em grupos de vários casais em aquários, se o volume de água permitir.
No que se refere a iluminação e alimentos, é válido lembrar que possuem costumes como as espécies do gênero Eviota. Não se sabe de informações sobre reprodução em cativeiro, e nem de diferenças sexuais externas. Os ovos são postos sob o teto de pequenas covas e cuidados com os pais. Apenas na espécie Trimma okinawae (Aoyagi, 1949) foi observado a troca de sexo em ambos sentidos, sendo esta troca não muito comum com os peixes. Sendo possível observar a reprodução quando um grupo de peixes convivem juntos.
Do Indo-Pacífico, se importam com frequência várias espécies, como por exemplo Trimma macrophthalma (Tomiyama, 1936), o gobio flamejante das cavernas , que alcança os 2,5 cm de comprimento. Três espécies desta região que se comercializam, constantemente são confundidas entre si (Myers, 1991), sendo estas: Trimma okinawae (Aoyagi, 1949), o gobi das cavernas de Okinawa; Trimma caesiura (Jordan & Seale, 1906), o gobio das cavernas de Caesiura; Trimma naudei (Smith, 1957), o Gobio das cavernas de Naude. Esta ultima sem dúvida a mais comercializada das três. Na natureza não ficam longe de seus refúgios, e em cativeiro necessitam de substrato arenoso para que se possa se encontrar um esconderijo adequado. Do Indico Ocidental, se importa a espécie Trimma haima (Winterbotton,1984), o gobio das cavernas de Chagos. É um peixe realmente pequeno, com tamanho máximo de 1,7cm, e uma das poucas em que pode notar uma diferença sexual, na coloração (Puigcerver y cols, 1996) notaram uma cor mais intensa nos machos. Outras espécies comercializadas possuem distribuição restringida ao Oceano Pacífico. É o caso do Trimma cana (Winterbotton, 2004), o gobio cavernícola de açúcar, com um tamanho máximo de 2,5cm e indicado para tanques de 25 litros e tolerante com outros gobios inclusive de seu gênero, tem também o Trimma rubromaculatum (Alen & Munday,1995) , o gobio das cavernas de manchas vermelhas, que pode chegar a 3,5cm e costuma permanecer na vertical ou inclinado na coluna de água, ou alguns centímetros acima do substrato.
O gobio das cavernas de Tavega ou de listras azuis ( Trimma tevegae , Cohen & Davis, 1969) também é originário do Pacífico ocidental e apresenta uma cor menos chamativa. Na natureza é visto com frequência em pequenos grupos refugiados em cavernas e covas ( Kuiter et al, 2001) e também em águas livres relativamente longe de suas tocas, em posição inclinada com a cabeça para cima (Baensch & Debelius, 1998).
Trimma okinawae
Trimma caesiura
Trimma tevegae
Gênero Gobiodon
Das 20 espécies consideradas válidas atualmente no gênero Gobiodon, denominados gobios palhaços de coral, algumas possuem tamanhos abaixo de 5cm. Sua distribuição é pelo Indo-Pacífico e seu habitat natural é os arrecifes coralinos, inclusive estabelecem uma relação muito estreita de comensalismo com os corais, especialmente com as Acróporas sp. Vivem entre as ramificações e ficam nas zonas mais externas esperando por presas ( copépodos , foraminíferos, etc...) Em cativeiro não é necessário que vivam com Acrópora sp., qualquer outro coral, com base calcária ou não, pode servir de abrigo. Não possuem escamas e sua pele apresenta um muco grosso e tóxico. Aparentemente todas as espécies deste gênero podem mudar de sexo em ambos os sentidos, como comentado no gênero anterior. Estes gobios desovam com certa frequência em cativeiro, porém é extremamente difícil levar a desova adiante. Os sexos não se diferenciam externamente, mas, para obter um casal basta adquirir 2 exemplares, em princípio, um deles mudará de sexo. A fêmea libera os ovos em bandas circulares chegando a colocar até 1000 ovos ao redor do coral, e depois da fertilização, o macho protege imediatamente a desova. São peixes territoriais e tímidos, chegando a se entocar quando em ambientes com peixes muito ativos. A adaptação para que se alimente em cativeiro é crítica para que possa viver em aquário. Se passarem da fase de adaptação, são peixes muito resistentes, porém precisam iniciar com comida viva ( artemia) varias vezes ao dia, em grande quantidade, e depois passar a alimentá-los com congelados (mysis, zooplancton, etc...) e com o tempo, chegarão a comer alimentos frescos e rações para peixes marinhos carnívoros ( em tamanho adequado). Importante que ao comprar estas espécies, não comprem as que tiverem o "ventre fundido", o que implicará em uma desnutrição. A importância de um profissional é nesta fase.
Entre as espécies comercializadas mais pequenas, estão Gobiodon okinawae (Sawada, Arai & Abe, 1972), o gobio palhaço amarelo do Pacífico Ocidental e Gobiodon histrio (Valenciennes, 1837), o gobio de faixas gandes, procedente do Indo-Pacífico. Nenhuma destas supera os 3,5cm de comprimento. Em cativeiro é comum o G. histrio escolher corais da espécie Catalaphyllia jardinei ao invés da Acrópora sp. , porém isto não ocorre na natureza (Schultz, 2002). Na ultima década,foi comercializado diferentes variedades de cores da espécie G. histrio, incluindo a denominada "eritrospilus", é evidente que em algumas ocasiões pode ser tratado de espécies distintas. Outras espécies um pouco maior, mas sem superar os 5cm, são importados do Pacífico, como: Gobiodon rivulatus (Rüppel, 1830)m outro gobio palhaço amarelo, Gobiodon quinquestrigatus (Valenciennes, 1837), o gobio de cinco faixas, e Gobiodon acicularis (Harold & Whinterbottom,1995), o Gobio palhaço Negro, que a diferença das demais espécies do gênero é que prefere corais das famílias Pocilloporidae, principalmente Stylophora pistillata.
Gobiodon okinawae Gobiodon histrio Gobiodon quinquestrigatus Gobiodon acicularis
Gênero Elacantinus
Gobiossoma Elacantinus foi considerado um gênero independente ou subgênero de Gobiossoma nos ultimos anos segundo o especialista consultado, e certas espécies foram trocadas de um gênero a outro. Atualmente só ficaram no gênero Gobiossoma 16 espécies sem interesse ornamental,os que são do gênero Elacantinus são os que tem relevância no aquarismo, porém será encontrado um nome ou outro dependendo de onde pesquisar. Em qualquer caso, se comercializam com frequência várias espécies conhecidas como gobios limpadores ou gobios neon. Se aclimatam bem ao aquário e várias vezes reproduzem em cativeiro. Algumas são "desparasitadores" obrigatórios na natureza, que se alimentam de ectoparasitas que retiram da pele de outros peixes, mas em aquários todos aceitam alimentos de outros tipos, e se alimentam de pequenos invertebrados pelas rochas e substrato. Como inconveniente, estas espécies vivem pouco 1 ou 2 anos em média. Apesar de ser peixes territoriais, é possível manter várias espécies ou mais de um exemplar da mesma espécie no mesmo aquário caso este tenha volume suficiente ( Schultz, 2002), porém inviável em nanoaquários. A espécie mais comercializada é a Elacatinus oceanops ( Jordan, 1904), o gobio neon, de tamanho máximo de 5 cm, porém pode adquirir outras como o gobio limpador de nariz de tubarão ( E. evelynae), o de Genei ( E. genei), o de nariz amarelo ( E. randalli), gobio limpador de corais ( E. illecebrosus), o de faixas largas ( E. prochilos), e o de pontos luminósos ( E. louisae), todas procedentes do Atlântico Ocidental foram descritas por ( Böhlke & Robins, 1968), com tamanhos de 3,8 a 4,6 cm, e de padrão corporal idêntico, e a maioria com coloração muito similar, baseada no ventre cor de creme e o dorso negro, com uma franja geralmente azul ou amarela. Para sua diferenciação é útil observar o formato da cabeça. Três espécies com padrão de cor aos já comentados são: Elacatinus punticulatus ( Ginsburg, 1938), o gobio de cabeça vermelha, Elacatinus multifasciatus ( Steindachner, 1876) o gobio de faixas verdes, e o Elacatinus macrodon ( Beebe & Tee-Van, 1928) procede do pacífico e as outras do Atlântico. Estas três possuem tamanho próximos a 5 cm. Ao menos seis destas espécies ( E. oceanops, E. evelynae, E. multifasciatus, E. puncticulatus, E. figaro, e E. macrodon) são comercializados com espécies reproduzidos em cativeiros de modo industrial, pode visualizar em um dos mais especializados em reprodução de animais marinhos, ORA. Inclusive chegou a começar a produzir um hibrido de E. oceanops x E. randalli). As desovas são comuns, até em aquários. O único obstáculo para completar a criação é a alimentação dos alevinos. Em algumas espécies é necessário uma combinação de rotíferos e artêmias recém eclodidas e alimentos líquidos. A fêmea pode colocar entre 200 e 800 ovos, que, dependendo da temperatura da água, da qualidade e espécies, demoram até 5 dias para nascer. O acasalamento consiste em paradas e movimentos exagerados por parte do macho, que fica notável seu escurecimento, para atrair a fêmea. Ela deposita as ovas que ficam sob cuidados do macho, dentro de uma toca. Normalmente se usam tubos de PVC inclinados. A unica diferença sexual notável nestes gobios é a papila genital, mas devido ao seu tamanho, é uma tarefa difícil. É recomendado para formar um casal, é comprar um grupo e esperar a formação destes.
Elacatinus macrodon Elacatinus oceanops Elacatinus puncticulatus
Gênero Stonogobiops
Ao menos uma espécie deste gênero cumpre as condições que foi colocada no inicio deste artigo. Mesmo com seu tamanho no limite ( 4,69 cm). Trata-se do Stonogobiops yasha ( Yoshino & Shimada, 2001) , o gobio camarão de faixas brancas. É possível mantê-lo em aquários de até 25 litros, se desenvolvem na região próxima ao substrato, que deve ser arenoso ou com restos de corais, com granulometria que permita eles escavarem. É possível estabelecer em aquário a relação simbiótica com o camarão pistoleiro ( Alpheus randalli). O peixe permanece alerta e avisa os perigos para o camarão que cava um esconderijo para ambos. Este gobio delimita seu território, mas pode ser tolerante com outros exemplares da mesma espécie, e sem dúvidas, o camarão poder ser motivo de grandes disputas. Também é possível formar um casal partindo de um grupo. Segundo Puigcerver y cols ( 1996), a fêmea é maior que o macho. É um peixe muito tranquilo e tímido, que requer companheiros de comportamento similar e que se adapte ao aquário. Aceita alimentos secos, congelados e vivos, que passe próximo à sua toca. É recomendado alimentá-los duas vezes ao dia, e ter tampa no aquário pois podem facilmente pular.
Stonogobiops yasha
Espero que tenham gostado.
Todas as fotos foram retiradas da internet.
Todos os direitos reservados à: Revista: Rio Negro - Aquarium, fish & Nature
Ano I, Número 3, Novembro-Dezembro 2012
Texto original de : Àngel Garvía
domingo, 23 de junho de 2013
Blog Aquarismo Marinho
A Aquanet-SP é um blog criado por mim (Humberto Rodrigues Junior), também conhecido como Beto Junior, na qual venho explicar de uma maneira fácil e prática sobre o aquarismo, um pouco mais específico em aquarismo marinho, além é claro de trazer atualidades, fotos de animais marinhos e informações interessantes.
Nela postarei o conhecimento que tenho sobre aquarismo, sendo este aprendido através do Fórum BrasilReef (www.brasilreef.com) e com leituras em fóruns estrangeiros e livros/artigos científicos, e também adquiridos no estágio que estou fazendo no IIM - Instituto de Investigacione Marinas - Vigo - Espanha, na qual está sendo uma experiência muito boa, já que estou tendo a oportunidade de trabalhar com o hobby, sendo muito aproveitoso, e tenho expectativa que consiga levar mais conhecimento para o Brasil.
Espero que gostem das postagens!
Nela postarei o conhecimento que tenho sobre aquarismo, sendo este aprendido através do Fórum BrasilReef (www.brasilreef.com) e com leituras em fóruns estrangeiros e livros/artigos científicos, e também adquiridos no estágio que estou fazendo no IIM - Instituto de Investigacione Marinas - Vigo - Espanha, na qual está sendo uma experiência muito boa, já que estou tendo a oportunidade de trabalhar com o hobby, sendo muito aproveitoso, e tenho expectativa que consiga levar mais conhecimento para o Brasil.
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"Aquarismo de verdade, é aquarismo consciente."
Humberto Rodrigues Junior
Contato: humbertor.jr@hotmail.com
Tlfn. +34 603 233 449
Centro de Pesquisas Marinhas - Vigo - Espanha
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